segunda-feira, 15 de agosto de 2011

PSICOLOGIA PARA TRAÇAR PERFIL DE CLIENTE - BRIEFING

Olá, pessoal

Estou numa fase de muito trabalho, tanto acadêmicos quanto práticos, e quase não tenho tempo para postar. Mas nas minhas pesquisas sobre Design de Interiores, percebi que alguns profissionais não estabelecem o perfil do cliente, o chamado briefing, de modo tradicional, com perguntas de questionário. Alguns utilizam uma abordagem psicológica, com memórias da infância, desejos pessoais, associação de imagens ou palavras. No blog da designer Nil Violaro, encontrei o seguinte texto, que tem um exercício no final. Se vc quiser demonstrar seu projeto para o Caso Silvana, envie que eu publico aqui no nosso blog!

Esqueça o processo tradicional que você utiliza para levantar um Briefing. Perguntas diretas conduzem a respostas padronizadas, com o cliente respondendo aquilo que ele imagina que você queira ouvir. Especialistas em comportamento estão motivando uma verdadeira revolução na condução de processos de pesquisa e de testes que se baseiam no ato de ouvir a opinião de consumidores. Muitas técnicas estão sendo revistas a partir de estudos desses psicólogos, antropólogos e sociólogos que criticam o atual modelo de levantar informações junto aos consumidores.
Não é diferente quando o tema é o levantamento do briefing que um Arquiteto/Designer de Interiores organiza junto ao seu cliente.
Quando formulamos perguntas diretas, por exemplo: como o cliente imagina devesse ser o banheiro ou sala, as respostas quase sempre vêm carregadas de impressões padronizadas, fruto do inconsciente coletivo determinado pelo que se vê nas revistas, novelas, mostras de decoração etc.
Explora os hábitos das pessoas que vivem na casa também pode induzir a erros, pois a rotina atual nem sempre é a desejada mas apenas suportada.
Uma vez transposta para o projeto, aquela ideia que nasceu da resposta do cliente acaba sendo rejeitada por ele, pois de fato não está associada aos valores mais íntimos de sua personalidade ou emoções. A verbalização do desejo era falsa.
Nossa percepção das coisas está sempre afetada por emoções associadas a experiências anteriores que marcam nossas vidas. Para entender o que são essas emoções e percepções pense em uma criança que ouve sua mãe pedir para não se aproximar do fogo, pois pode se queimar. Até a criança não ter vivenciado a experiência de se queimar, o alerta não fará sentido. Ou seja, sem a emoção de ter se queimado (ou quase!), a referência "cuidado você vai se queimar" não fará sentido. Uma vez experimentado o fogo, a gente nunca mais se expõe a ele!
Da mesma forma, se você quer ter uma pista concreta ao projetar uma casa, comece pedindo ao cliente que pense na sua infância (é fundamental regredir a esse tempo - nossas maiores emoções estão associados ao período da infância) e peça a ele que defina o que significa lar. Ao compreender as emoções associadas ao lar, você estará mais próximo de conceber o ambiente ideal e chegar mais perto do coração do Cliente (e aprovar mais rápido o projeto).
Essas respostas devem ser dadas por escrito, pois assim, ele vai refletir com melhor qualidade e concentração. Faça o mesmo para cada ambiente-chave da casa: tomar banho, dormir, cozinhar. Portanto, ao invés de perguntar o que você espera do seu banheiro, explore as emoções do cliente associadas ao banho, ou ao espaço banheiro.
Adicionalmente, levante definições de beleza, felicidade, amor e juventude que são fatores influenciadores de todo o comportamento das pessoas. São esses sentimentos que vão determinar o processo de tomada de decisão do cliente, pois essas emoções estão no seu inconsciente individual (o que realmente interessa!).
Entendendo melhor
O caso Silvana Araújo
Veja as respostas da Silvana Araújo.
Banho: o momento de sua intimidade e liberdade. Naqueles momentos no banheiro, que se tornam mais e mais longos, eu curto o meu isolamento do trabalho e das tarefas da casa. Sozinha sem as crianças ali no banheiro eu passo momentos que me revigoram.
Estar na sala: quando criança minha mãe não deixava a gente circular livremente pela sala. Aquele era um local proibido, mais parecia um cenário, sem vida. E quando a gente estava lá era tudo muito formal, tinha que se comportar como adultos. Era muito chato.
Refeição: Me lembro bem de como era legal estar com toda a família na cozinha. Ali nos reuníamos com toda a liberdade. Mamãe preparava a comida e papai ajudava, e a gente estava sempre brincando. Era mesma uma diversão.
Beleza: Para mim, ser bela é ser reconhecida e admirada pelo meu marido e meus filhos. Me sinto maravilhosamente bonita quando isso acontece.
Juventude: Ser jovem para mim é estar em movimento. Esta velocidade e a capacidade de fazer muitas coisas ao mesmo tempo nos dão essa garantia de sermos jovens.
 
Resumo do briefing e proposta criativa
Interpretando o significado das palavras e compreendendo a estrutura do pensamento de Silvana, tente estabelecer uma abordagem para nortear a criação do projeto de sua casa.


Um comentário:

  1. Gostei muito, dessa forma captamos melhor as vontades e desejos dos cliente

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